DICOTOMIA: Luxo x Lixo

As pinturas desta série exploram questões referentes aos problemas ambientais e as consequências de um consumo desenfreado, por meio da dicotomia entre o luxo e o lixo. O luxo representado pelos tecidos drapeados e o lixo pelos retalhos de tecidos descartados, que quando costurados estruturam as telas. Esses dois pontos dicotômicos se interagem, quando as costuras das telas, feita com recortes, interferem na representação dos tecidos, por meio da transparência desconstruindo a realidade, gerando composições insólitas, própria da arte. Esta série é composta de pinturas realizadas de 2018 a 2020.

As últimas possuem a interferência de revoadas de beija-flores, representando a busca dos sentimentos de amor puro, cura, sorte, renascimento, suavidade, alegria, entusiasmo, graça, delicadeza, harmonia, verdade e força, os quais são necessários  nesta fase em que a humanidade está vivendo, em período de pandemia.  O beija-flor é caracterizado por sua vitalidade, pois bate as asas freneticamente e tem um batimento cardíaco bastante acelerado. Esse pássaro, do ponto de vista místico, simboliza esses sentimentos no Xamanismo, é considerado mensageiro dos deuses e representa o renascimento.

Simone Rosa

É artista visual santa-mariense, sua carreira iniciou em 1987, com as primeiras premiações em salões, seguida de exposições coletivas e individuais antes de concluir a graduação em Artes Plásticas Bacharelado, pela UFSM, em 1989. Ela lecionou em cursos de Design e Arte de 1999 a 2017, possui dois mestrados, um em Engenharia de Produção (projeto de Produto) e outro em Arte Contemporânea (Arte e Tecnologia), ambos pela UFSM. Atualmente está cursando doutorado em Design & Tecnologia pela UFRGS e dedica-se a pintura. 

A produção artística de Simone Rosa possui várias reflexões que permeiam diferentes temáticas recorrentes que se entrelaçam em seu percurso poético e estão presentes nos elementos: cenários insólitos, mobiliário antigo, arquitetura antiga, tecidos estampados, nus femininos, máscaras, mandalas, beija-flores e anjos. A desconstrução, baseada na sobreposição e na liberdade de criar, é o caminho para a construção de sua poesia visual, que encontrou suporte nos vídeos (instalações), nas gravuras digitais, nos desenhos e principalmente nas pinturas, que inicialmente eram em telas convencionais e aos poucos passaram para suportes construídos e/ou reutilizados, carregados de preocupação com o meio ambiente. 

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Obras

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