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Alexandre Lino protagoniza peça O Porteiro no Teatro do Sesc Centro

Ingressos já estão disponíveis para espetáculo nacional

A peça O Porteiro será apresentada no Teatro do Sesc Centro, em Porto Alegre, na próxima sexta-feira, dia 25 de outubro. Estrelado pelo ator Alexandre Lino, o espetáculo já divertiu mais de 30 mil pessoas de diversos estados e estreia no Rio Grande do Sul para retratar com muito humor as reuniões de condomínio. Os ingressos estão disponíveis a partir de R$ 5 no site www.sesc-rs.com.br/vendaonline/ingressos. Informações adicionais podem ser obtidas na unidade (Av. Alberto Bins, 665), pelo telefone (51) 3284-2000, no site www.sesc-rs.com.br/centro ou pela página do Facebook www.facebook.com/sesccentro.

Diante do não comparecimento do síndico a uma reunião de condomínio onde Waldisney trabalha, o porteiro assume o controle da situação. Neste contexto, os espectadores passam a serem condôminos e participam da peça. De acordo com Lino, o público se reconhece nas situações vividas: “Brincam de fazer teatro junto comigo e nos perdemos nessa linha tênue que separa a realidade da ficção. É como sair de casa para se divertir numa festa ou num parque de diversões. Eles, o público, são as estrelas em O Porteiro”, conta o ator. O enredo foi construído a partir de histórias de porteiros nordestinos entrevistados pela Documental Cia do Rio de Janeiro e já teve sete temporadas nos palcos cariocas. Com o trabalho, o ator foi vencedor do Prêmio Ítalo Rossi na edição 2018 da Festa Internacional de Teatro de Angra (FITA). Confira abaixo uma entrevista realizada pelo Sesc com o ator.

Sobre o Arte Sesc – Cultura por toda parte Criado pelo Sistema Fecomércio-RS em 2007, o programa reúne todas as atividades culturais desenvolvidas pelo Sesc no Rio Grande do Sul, entre teatro, música, artes plásticas, literatura e cinema. Além de promover uma intensa troca de experiências e ampliar o acesso à produção artística, o Arte Sesc busca ser reconhecido como promotor de ações culturais no Estado, sendo elas não só apresentações artísticas, mas também de caráter formativo e educacional, orientadas por três eixos: transversalidade, diversidade e acessibilidade.

 

 

Entrevista

 

Sesc/RS: Podemos dizer que o nordeste é o lugar que lhe inspira, considerando sua origem e os trabalhos que já executou e tem executado?

Alexandre Lino: O Nordeste é minha estrutura em todos os setores da minha vida e isso inclui também o meu trabalho. A minha matéria prima é o homem e suas questões, e nossas origens dizem muito de quem somos e como agimos. Certamente essa é uma das razões da fala nordestina está presente em vários projetos que realizei até aqui.

 

Sesc/RS: Quais são suas referências, tanto no teatro como em outras linguagens como literatura, música, artes visuais, cinema?

Alexandre Lino: No teatro, o Abujamra; na literatura, Glauco Mattoso e Nelson Rodrigues; na música transito entre os eruditos como Tchaickoviscy, Choppin, MPB e o folclore nordestino; nas artes visuais gosto especialmente dos impressionistas; e na 7ª arte sou um estudioso do cinema documental nacional e de outros países. No Brasil, o Eduardo Coutinho, João Moreira Salles e Cristiano Burlan.

 

Sesc/RS: Como é permear entre os universos do teatro, do cinema, da televisão, da produção? Além das linguagens, você também tem um currículo com variadas funções como direção e atuação. De que forma isso colabora no seu trabalho e impacta no processo criativo? Como é trabalhar com esses diferentes públicos?

Alexandre Lino: Tenho formação técnica em Teatro, depois graduação em cinema e especialização em Artes Cênicas. Sempre desejei experimentar tudo que me sentisse atraído e capacitado na área que escolhi estudar e a trabalhar. Ser um realizador me permitiu transitar com mais liberdade e sem medo do fracasso. Só em TV, além da atuação, fui produtor e diretor de arte por sete anos e isso foi um processo transformador em muitos aspectos. Hoje, todos os meus projetos e processos criativos têm um diálogo com essa tríade (teatro, cinema e tv). Digo isso no que tange ao acabamento, exigências e técnicas. Gosto de misturar linguagens.

 

Sesc/RS: Você tem também a experiência com workshops sobre produção. Como é para você a relação artista-produtor e como você vê isso no mercado cultural do país?

Alexandre Lino: Sou um Artista Empreendedor. Digo que sou um artista do meu tempo. É praticamente impossível viver da profissão sem realizar. Sem ter uma noção mais ampla da atividade, dos mecanismos e um olhar menos romântico. Somos o resultado das nossas escolhas e o Abujamra sabiamente dizia: “Qualquer mente medíocre tem uma ideia brilhante, o genial é realiza-la”. É partir dessa fala que ministro meus cursos, pois ela reflete os limites entre a ação e o acontecimento.

 

Sesc/RS: Em tempos tão difíceis para o nosso país, nos quais a arte tem enfatizado a resistência, o documental, como é trabalhar com a comédia?

Alexandre Lino: O humor nos salva, mas quando ele é quase uma transposição da realidade, encontramos um lugar de pertencimento. Daí o riso pode se desdobrar em lugares ainda mais potentes. Trabalhar com comédia é quase que abraçar o espectador que busca um pouco de felicidade no caos. Isso é nobre.

 

Sesc/RS: Em “O Porteiro”, o público são os condôminos da reunião. Como se dá a relação de troca com eles?

Alexandre Lino: O público se reconhece e se permite. Brinca de fazer teatro junto comigo e nos perdemos nessa linha tênue que separa a realidade da ficção. É como sair de casa para se divertir numa festa ou num parque de diversões. Eles, o público, são as estrelas em O Porteiro.

 

Sesc/RS: Considerando os relatos coletados para compor essa peça, e a sua história de vida, que se aglutinam no fato da busca de sonhos no Rio de Janeiro, o quanto de Lino tem no porteiro?

Alexandre Lino: Tem o melhor de mim. A simplicidade, a coragem, a força, a fé e o orgulho de ser nordestino.

Espetáculo “O Porteiro” – Sesc Centro

Data: 25/10/2019

Local: Teatro do Sesc Centro (Av. Alberto Bins, 665)

Horário: 19h

Sinopse: Peça da Documental Cia do Rio de Janeiro inspirada nas vivências de porteiros. Interpretado por Alexandre Lino, Waldisley é porteiro em um prédio e diante do não comparecimento do síndico na reunião de condomínio, ele assume o controle da situação.

Classificação: 14 anos

Ingressos: a partir de R$ 5 no SAC do Sesc Centro ou site www.sesc-rs.com.br/ingressos